Com grande alegria e veneração lembramos a vida do terceiro Papa que governou,
no primeiro século, a Igreja Romana. São Clemente I assumiu a Cátedra de Pedro,
depois de Lino, Anacleto e com muito empenho regeu a Igreja de Roma dos anos 88
até 97.
Sobressai no seu pontificado um documento de primeira grandeza,
fundamental a favor do primado universal do Bispo de Roma: a carta aos
Coríntios, escrita no ano de 96.
Perturbada por agitadores presumidos e invejosos, a comunidade cristã de
Corinto ameaçava desagregação e ruptura.
São Clemente escreve-lhe então uma extensa carta de orientação e
pacificação, repassada de energia persuasiva, recomendando humildade, paz e
obediência à hierarquia eclesiástica já então definida nos seus diversos graus:
Bispos, Presbíteros e Diáconos.
Esta sua intervenção mostra que Clemente, para além de Bispo de Roma,
sentia-se responsável e com autoridade sobre as outras Igrejas.
E saliente-se que, nessa altura, vivia ainda o Apóstolo São João, o que
nos permite concluir que o Primado não foi de modo algum uma ideia meramente
nascida de circunstâncias favoráveis, mas uma convicção clara logo desde o
início. Se assim não fosse, nunca São Clemente teria ousado meter-se onde, por
hipótese, não era chamado.
João, como Apóstolo de Cristo, era sem dúvida uma figura venerável. Mas
era ao Bispo de Roma, como sucessor de São Pedro, que competia o governo da
cristandade.
Uma tradição, que remonta ao fim do século IV, afirma que São Clemente
terminou sua vida com o martírio. Seu nome ficou incluído no Cânon Romano da
Missa.
São Clemente I, rogai por nós!
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