domingo, 9 de dezembro de 2012

NÃO EXISTEM EXCEÇÕES

“Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40).

Em nome da própria liberdade, em nome da sua identidade e peculiaridade, o homem considera dever contestar o fato de ser identificado com Jesus Cristo.

O homem quer ser amado por si mesmo, por aquilo que é, não quer ser degradado a uma espécie de máscara de Jesus. 


Teme, ao invés, que aquele “a mais” de amor que ele recebe por amor de Jesus, seja algo que deixa de considerá-lo, que o deixa de lado, que tira dele o amor que deseja para si mesmo, e do qual necessita.

Mas quem ama de tal modo que, para amar Jesus no outro, o transcura enquanto pessoa, ao fazê-lo transcura também Jesus.

E quem considera a presença de Jesus no homem de maneira a diminuir o que este é na realidade, não compreendeu, de fato, a presença de Jesus no próximo.

Jesus faz-se uma só coisa comigo, isto é, não me deixa só. Ele está do meu lado de maneira radical, aceita-me assim como sou, e o que me diz respeito, diz respeito a ele também. Eu continuo a ser eu mesmo, torno-me plenamente eu, justamente porque não fico só.

O que isso significa para a pessoa que encontro e o que tem a ver comigo e com a minha vida?

Em relação ao outro significa que não tenho algo a ver simplesmente com o anel de uma corrente, ou a peça de uma máquina ou um simples número na grande quantidade de material humano.

Cada vez que encontro um semblante humano encontro Deus na sua realidade incondicional, encontro aquela voz que pronuncia, sobre este semblante humano, o que Jesus disse no monte da Transfiguração: “Este é o meu filho amado!” (Mc 9,7). Não existem exceções.


Klaus Hemmerle


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