quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

ADVENTO: A ESPERAR O OUTRO

Esperar o outro que também nos visita com a sua proximidade, a sua ausência, os seus desconsolos, as suas trivialidades; esperar pelo coração do outro que se manifesta e se retrai no ritmo dos dias. 

 

Acolher no coração a espera do outro que se manifesta em desilusão, desconsolo, angústia e perda de sentido da vida e dignidade. Esse acolhimento pode tornar a espera menos difícil de suportar.


Em tempos socialmente instáveis há esperas que deixam o  coração do semelhante ainda mais angustiado.

A espera do trabalho que não aparece.

Do salário que não é suficiente.

Da refeição que não chega para todas as bocas.

Da ajuda que nem sempre vem.

O tempo obriga-nos a esperar com os desesperados, aqueles a quem a vida deixou de sorrir. Tantos irmãos sem nome que aguardam uma companhia e um conforto para a noite fria que lhe invade o coração.

Esperar em tempo de Esperança. Possibilidade de alargar os horizontes do coração e da vida toda. A espera por um Deus silencioso e terno-menino faz com que cuidemos do tempo das esperas. Afinal a vida toda é só espera. Ativa, vigilante, comprometida, singular.

Como singular e feliz o encontro entre Deus e o coração humano que encheu de sentido tantas esperas e deixou no coração de cada pessoa o desejo de encontrar Aquele que a todos espera para a festa da alegria.


Pedro Arfo


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