Uma Carta
Apostólica sob forma de Motu Próprio do Papa Bento XVI, com a qual se proclama
o Ano da Fé para toda a Igreja. A carta foi assinada em 11 de outubro de 2011.
2 –
Quando será celebrado o Ano da Fé?
Ele
começará no dia 11 de outubro de 2012 (quinta-feira), por ocasião do
quinquagésimo aniversário de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e
terminará aos 24 de novembro de 2013 (domingo), Solenidade de Nosso Senhor
Jesus Cristo, Rei do Universo.
3 – Em
que passagem bíblica se inspira o título A Porta da Fé?
Na
passagem bíblica de Atos 14, 27: “Chegando ali (Antioquia da Síria), reuniram a
comunidade. Contaram tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto
a Porta da Fé para os pagãos”. Obs.: Impressiona o alto número de citações
bíblicas neste pequeno documento (52).
4 – É a
primeira vez que a Igreja celebra um Ano da Fé?
Não,
Paulo VI já havia proclamado um ano semelhante em 1967, para comemorar o
martírio dos apóstolos Pedro e Paulo, no 19º centenário do seu supremo
testemunho. É importante dizer que o primeiro Ano da Fé terminou com a
Profissão de Fé do Povo de Deus, uma longa explicação, em linguagem
contemporânea, das verdades contidas nos Credos da Igreja.
5 – Que
eventos serão recordados no Ano da Fé?
Os
cinquenta anos do Concílio Vaticano II e os vinte anos da publicação do
Catecismo da Igreja Católica.
6 – Qual
será o acontecimento mais importante do Ano da Fé?
A
Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que acontecerá em outubro de 2012. O
tema do Sínodo será: A nova evangelização para transmissão da fé cristã.
7 – O que
o Papa nos ensina sobre a Porta da Fé?
O Papa
Bento XVI nos ensina que:
• A Porta
da Fé nos introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua
Igreja.
• Esta
porta está sempre aberta.
• É
possível cruzar o limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se
deixa plasmar pela graça que transforma.
•
Atravessar a porta é um caminho que dura a vida inteira.
• O
caminho começa no batismo e termina na morte.
•
Atravessar a Porta da Fé significa professar a fé em Deus-Trindade (Pai, Filho
e Espírito Santo).
8 –
Porque precisamos celebrar um Ano da Fé?
Porque
sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as
conseqüências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé,
considerando-a com um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora, tal
pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.
Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário,
amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela
inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade
devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.
9 – O que
podemos fazer diante desta situação tão desafiadora?
• Não
aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16).
•
Reconhecer que também a pessoa de hoje pode sentir de novo a necessidade de
ouvir Jesus e beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14).
•
Readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da Vida (cf.
Jo 6, 51; 6, 27).
•
Realizar a obra de Deus, ou seja, crer Naquele que Ele enviou (cf. Jo 6,
28-29).
10 – Qual
o objetivo geral do Ano da Fé?
Introduzir
o complexo eclesial inteiro, isto é, a Igreja toda, num tempo de particular
reflexão e redescoberta da fé.
11 – Por
que fazer coincidir o Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Vaticano
II?
Para
compreendermos que os textos do Vaticano II não perdem o seu valor nem a sua
beleza. Para acreditarmos que o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma
grande força para a renovação sempre necessária da Igreja.
12 – De
que depende a renovação da Igreja?
Da força
do Ressuscitado e do testemunho prestado pela vida dos cristãos. Nessa
perspectiva, o Ano da Fé é um convite para uma autêntica e renovada conversão
ao Senhor, único Salvador do mundo.
13 – Qual
o primeiro efeito da fé?
A fé nos
impele a evangelizar. Hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a
favor de uma nova evangelização e uma renovação do compromisso missionário.
Obs.: O Papa diz que os escritos de Santo Agostinho podem ajudar as pessoas que
andam à procura de Deus a encontrarem o justo percurso para chegar à “porta da
fé”.
14 – Quem
são os primeiros convocados para o Ano da Fé?
Os bispos de todo o mundo.
15 – Onde
o Ano da Fé deve ser celebrado?
• Nas
Catedrais, • Igrejas do mundo inteiro, • Casas e famílias, • Comunidades
religiosas, • Comunidades paroquiais, • E em todas as realidades eclesiais.
16 – O
que se deseja com o Ano da Fé?
•
Suscitar, em cada pessoa, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada
convicção, com confiança e esperança.
•
Intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia.
• Fazer
crescer em credibilidade o testemunho de vida das pessoas de fé.
• Levar
cada fiel a redescobrir os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e
rezada.
• Fazer
com que cada fiel reflita sobre o próprio ato com que se crê.
17 – O
que a Igreja ensina sobre o ato de crer?
• Existe
uma unidade profunda entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos o
nosso assentimento.
• O
conhecimento dos conteúdos em que se deve acreditar não é suficiente, se,
depois, o coração não for aberto pela graça.
• A fé
implica um testemunho e um compromisso públicos.
• A fé é
um ato pessoal e comunitário.
• O
primeiro sujeito da fé é a Igreja.
• O
conhecimento dos conteúdos da fé é essencial para se dar o próprio
assentimento.
• O ato
de fé é um ato de liberdade.
• O
conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por
Deus.
• Não
podemos esquecer que há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si
mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da
verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo.
18 – Que
subsídio pode nos ajudar a chegarmos a um conhecimento sistemático dos
conteúdos da fé?
O
Catecismo da Igreja Católica. O que o catecismo apresenta não é uma teoria, mas
um encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Para facilitar esse encontro, o
catecismo apresenta quatro grandes meios: profissão de fé, vida sacramental,
vida moral e vida de oração.
19 – O
que devemos fazer para operacionalizar a realização do Ano da Fé?
Pôr em
prática as sugestões da “Nota com indicações pastorais para o Ano da Fé”,
divulgada pela Congregação para a Doutrina da Fé em 6 de janeiro de 2012.
20 – O
que não pode ficar esquecido durante o Ano da Fé?
Não
podemos esquecer de repassar a história da fé, que faz ver o mistério
insondável da santidade entrelaçada com o pecado.
21 – Qual
a relação do Ano da Fé com a caridade?
O Ano da
Fé é uma ocasião propícia para intensificar o testemunho da caridade (cf. 1Cor
13, 13; Tg 2, 14-18). A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé
seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Em virtude da fé, podemos
reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor Ressuscitado.
22 – Qual
o grande convite do Ano da Fé?
O mesmo
que o apóstolo Paulo fez ao seu discípulo Timóteo: “procure a fé” (cf. 2Tm 2,
22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2Tm 3, 15).
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