Discutir ações de combate à corrupção eleitoral e
de convivência com a seca no sertão cearense. Esse foi o objetivo do
encontro realizado, ontem, pela manhã e tarde, no Centro de Treinamento
Diocesano, nesta cidade. O evento faz parte da Escola de Formação de Fé e
Política da Diocese de Iguatu e reuniu cerca de 30 padres e
representantes de entidades comunitárias de 19 municípios da região do
Centro-Sul.
O bispo da Diocese de Iguatu, dom João Costa, explicou que o papel da Igreja Católica é contribuir para a conscientização dos eleitores. "Estamos nos aproximando das eleições municipais e precisamos ter critérios de escolha", frisou. "O nosso objetivo é oferecer instrumentos e meios de esclarecimentos ao povo".
Para o bispo dom João Costa, a população está cansada de politicagem e de baixaria. "A nossa orientação é para que os padres e lideranças de movimentos comunitários e religiosos preparem as pessoas sobre políticas públicas, voto livre, consciente e combate à corrupção", frisou. "Não podemos apresentar orientação político-partidária".
O padre João Batista Moreira, assessor das pastorais sociais da Diocese de Iguatu, disse que a ideia é organizar comitês de combate à corrupção eleitoral em cada um dos 19 municípios que integram a Diocese. "As nossas ações serão realizadas em três eixos: mobilização, conscientização e fiscalização", explicou. No período da manhã, houve distribuição de uma cartilha que apresentou passos sobre a formação dos comitês.
O promotor de Justiça, Leydomar Nunes Pereira, falou sobre a Lei de combate à Corrupção Eleitoral, o movimento popular que resultou na aprovação do projeto de lei e também sobre a Lei da Ficha Limpa. "A situação de miséria na periferia das cidades exige de todos nós um trabalho urgente para mudança do quadro social e de dependência", observou. "Penso que o povo brasileiro é acomodado, mas é preciso ir às ruas para acabar com a impunidade". O representante do Ministério Público Estadual (MPE), Leydomar Nunes, observou que o corrupto age para que os outros sejam semelhantes a ele, procurando corromper os eleitores e lideranças políticas e comunitárias. "O que me preocupa é o silêncio dos bons", frisou. "É melhor pecarmos por excesso do que por omissão". O promotor eleitoral reconheceu as dificuldades de ação dos eleitores no combate à corrupção, compra de votos. "No discurso é fácil, mas na prática sei que há obstáculos para que as denúncias sejam apresentadas".
Para o promotor de Justiça, os padres têm poder de convencimento e devem orientar os cidadãos em defesa do voto livre, consciente e da aplicação de políticas públicas de melhoria de saúde, educação, assistência e promoção social. Outra preocupação do Ministério Público é com o acirramento das campanhas eleitorais que ocorrem na maioria dos municípios. "As cidades ficam divididas e se transformam em campo de batalha", frisou. "No pleito passado, em Iguatu houve até troca de tiros em praça pública e, por isso, é a situação que mais nos preocupa. Aqui o quadro é mais grave".
No período da tarde, os padres e representantes de instituições comunitárias, religiosas e sindicatos debateram sobre o quadro de seca que atinge o sertão do Estado do Ceará. Foi elaborado um documento com sugestões de ações para o Governo do Estado e uma mostra de experiências exitosas, como cisterna de placa, Mandala e barragens subterrâneas.
Espanto
O bispo dom João Costa disse que a situação é "espantosa e lastimável" porque muitas comunidades enfrentam dificuldades de acesso a água e alimento. "É lamentável a situação do Perímetro Irrigado Icó-Lima Campos que está abandonado, sem água e sem produção", observou. "Foram investidos muitos recursos, mas a obra não é útil para a produção há mais de dez anos".
O bispo defendeu mais investimentos para a recuperação do perímetro e disse que é necessária a construção de um moderno sistema de transposição das águas do Açude Lima Campos para as áreas de produção. "Faltam políticas públicas eficientes de distribuição de água", disse.
"Nesta seca observamos que dezenas de comunidades no entorno de açudes e canais sofrem os mesmos efeitos da seca como se estivessem no alto sertão, em áreas isoladas. Isso precisa ser revisto e analisado porque nos traz preocupação com as obras de transposição das águas do Rio São Francisco", comentou. O bispo ainda questionou: "será que a transposição não será eficaz apenas para a agroindústria e para os grandes centros urbanos?", indagou.
O bispo da Diocese de Iguatu, dom João Costa, explicou que o papel da Igreja Católica é contribuir para a conscientização dos eleitores. "Estamos nos aproximando das eleições municipais e precisamos ter critérios de escolha", frisou. "O nosso objetivo é oferecer instrumentos e meios de esclarecimentos ao povo".
Para o bispo dom João Costa, a população está cansada de politicagem e de baixaria. "A nossa orientação é para que os padres e lideranças de movimentos comunitários e religiosos preparem as pessoas sobre políticas públicas, voto livre, consciente e combate à corrupção", frisou. "Não podemos apresentar orientação político-partidária".
O padre João Batista Moreira, assessor das pastorais sociais da Diocese de Iguatu, disse que a ideia é organizar comitês de combate à corrupção eleitoral em cada um dos 19 municípios que integram a Diocese. "As nossas ações serão realizadas em três eixos: mobilização, conscientização e fiscalização", explicou. No período da manhã, houve distribuição de uma cartilha que apresentou passos sobre a formação dos comitês.
O promotor de Justiça, Leydomar Nunes Pereira, falou sobre a Lei de combate à Corrupção Eleitoral, o movimento popular que resultou na aprovação do projeto de lei e também sobre a Lei da Ficha Limpa. "A situação de miséria na periferia das cidades exige de todos nós um trabalho urgente para mudança do quadro social e de dependência", observou. "Penso que o povo brasileiro é acomodado, mas é preciso ir às ruas para acabar com a impunidade". O representante do Ministério Público Estadual (MPE), Leydomar Nunes, observou que o corrupto age para que os outros sejam semelhantes a ele, procurando corromper os eleitores e lideranças políticas e comunitárias. "O que me preocupa é o silêncio dos bons", frisou. "É melhor pecarmos por excesso do que por omissão". O promotor eleitoral reconheceu as dificuldades de ação dos eleitores no combate à corrupção, compra de votos. "No discurso é fácil, mas na prática sei que há obstáculos para que as denúncias sejam apresentadas".
Para o promotor de Justiça, os padres têm poder de convencimento e devem orientar os cidadãos em defesa do voto livre, consciente e da aplicação de políticas públicas de melhoria de saúde, educação, assistência e promoção social. Outra preocupação do Ministério Público é com o acirramento das campanhas eleitorais que ocorrem na maioria dos municípios. "As cidades ficam divididas e se transformam em campo de batalha", frisou. "No pleito passado, em Iguatu houve até troca de tiros em praça pública e, por isso, é a situação que mais nos preocupa. Aqui o quadro é mais grave".
No período da tarde, os padres e representantes de instituições comunitárias, religiosas e sindicatos debateram sobre o quadro de seca que atinge o sertão do Estado do Ceará. Foi elaborado um documento com sugestões de ações para o Governo do Estado e uma mostra de experiências exitosas, como cisterna de placa, Mandala e barragens subterrâneas.
Espanto
O bispo dom João Costa disse que a situação é "espantosa e lastimável" porque muitas comunidades enfrentam dificuldades de acesso a água e alimento. "É lamentável a situação do Perímetro Irrigado Icó-Lima Campos que está abandonado, sem água e sem produção", observou. "Foram investidos muitos recursos, mas a obra não é útil para a produção há mais de dez anos".
O bispo defendeu mais investimentos para a recuperação do perímetro e disse que é necessária a construção de um moderno sistema de transposição das águas do Açude Lima Campos para as áreas de produção. "Faltam políticas públicas eficientes de distribuição de água", disse.
"Nesta seca observamos que dezenas de comunidades no entorno de açudes e canais sofrem os mesmos efeitos da seca como se estivessem no alto sertão, em áreas isoladas. Isso precisa ser revisto e analisado porque nos traz preocupação com as obras de transposição das águas do Rio São Francisco", comentou. O bispo ainda questionou: "será que a transposição não será eficaz apenas para a agroindústria e para os grandes centros urbanos?", indagou.
FONTE: diariodonordeste.globo.com
23/05/12
23/05/12
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